O Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes foi fundado durante a Primeira República no dia 19 de março de 1919, momento em que o Brasil vivia uma grande crise econômica que afetava diretamente a vida da classe operária e do conjunto da sociedade. A primeira diretoria era composta dos seguintes membros: Guilherme Francisco Nery (presidente), Jorge Manoel da Rocha (1º secretario), Prudêncio Alexandre Sant’Anna (2º secretario), José dos Santos Gomes (orador), Abílio José dos Santos (fiscal).
A primeira sede do sindicato funcionava na Rua Maciel de Baixo, no Centro Histórico de Salvador, o primeiro estatuto da entidade foi publicado no Diário Oficial de 19 de outubro de 1919. Nos capítulos desse estatuto, chama à atenção a afirmação dos compromissos condizentes com os ideais socialistas de solidariedade com todos os proletários do mundo. O Estatuto foi assinado pela diretoria do sindicato e pelos seguintes sócios fundadores: Antônio Amaro de Sant’Anna, Manoel Quintino, Porphiro João da Cruz, Patrício José dos Santos, Fagundes João da Cruz, João Eufrosino dos Anjos, Felipe Ferreira de Sena, Francisco de Assis Sacramento, Júlio Rodrigues de Sant’Anna, Manoel Azevedo da Paixão, Antônio Tavares, Benedito Justino dos Santos, Victorino Manoel dos Santos, Semião Moreira da Silva, Manoel Euzébio, Durval dos Santos Cárceres, Manoel do Bonfim Antunes, Diolino Marciano Pereira, Victorino de Sant’Anna Muricy, Venâncio da Silva Lopes.
Os primeiros diretores do Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes, já traziam uma boa experiência organizativa, pois, cinco desses operários já eram membros do Centro Operário da Bahia. As lideranças surgidas nesse processo de fundação do sindicato foram as principais responsáveis por boa parte da eclosão e êxito da greve geral de 1919, que atingiu o movimento operário baiano. Alguns historiadores afirmam que no processo de politização da classe operária o Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes, cumpriu um relevante papel na organização das lutas dos trabalhadores na Bahia nesse período.
Por: F.Barreto
Fontes:
BANDEIRA, Moniz; MELO, Clovis; ANDRADE, A.T. – O ano vermelho: A Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1980.
CASTELLUCCI, Aldrin, A.S. – Industriais e operários numa conjuntura de crise (1914-1921). Salvador, FIEB, 2004
