Nota de Repúdio à convocação da Polícia Militar para reprimir a manifestação pacífica dos trabalhadores (as) da Conder

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA) e a Associação dos Servidores da Conder (Ascon) vêm a público expressar total repúdio contra a atitude da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), que pediu reforço à Polícia Militar, para reprimir a manifestação com paralisação de alerta, que os trabalhadores (as) realizaram de forma pacífica e ordeira na porta da empresa, em Narandiba, na manhã desta segunda-feira, dia 18/09.

O protesto é contra o não-cumprimento, pela empresa, dos acordos coletivos de trabalho. Amanhã, às 14 horas, os representantes do Sintracom-BA e Ascon se reúnem, no auditório da Associação, em Narandiba, para discutir os rumos do movimento.

Foi a própria direção da Conder, em reunião da Comissão Paritária de Negociação, no dia 10/09, que apresentou a proposta de reajuste salarial de 6,63% e outros benefícios. Em assembleia geral, no dia 11/09, a categoria aprovou por unanimidade.

A Conder não cumpriu o acordo em 2021 e em 2022 não cumpriu parcialmente. Essa proposta de Acordo Coletivo de Trabalho 2023 / 2024 a Conder encaminhou para a SAEB, que fez a análise crítica e enviou para a Procuradoria Geral do Estado. A PGE retornou a proposta para a empresa e a Procuradoria desta, sem a participação da Comissão Paritária de Negociação, instituída pela presidência da Conder para esse fim (de negociação), fez alterações nos itens referentes ao PCCS (Plano de Carreira Cargos e Salários) e ao piso dos engenheiros e arquitetos, que já estava acordado com a presidência, alegando que a proposta causaria impacto financeiro. Porém, enquanto os trabalhadores (as) estão sem reajuste salarial, a Conder concedeu o reajuste de 95% aos seus diretores, no início deste ano.

O Sintracom-BA e a Ascon consideram uma arbitrariedade, um abuso e total desrespeito aos direitos dos trabalhadores (as) se manifestarem a decisão da direção da Conder de convocar a Polícia Militar para reprimir a paralisação pacífica dos empregados. Isso vem demonstrar que a prática de assédio moral está formalizada e institucionalizada na empresa, conforme denúncias de ocorrências anteriores.

O ataque às conquistas dos trabalhadores (as), que lutam para garantir salários dignos e melhores condições de vida e trabalho, além de um atentado aos direitos trabalhistas, garantidos e consagrados pela Constituição Federal de 1988, pode se configurar num verdadeiro ato de destruição da própria democracia.

A luta é como o tempo, não para!
Viva a luta dos trabalhadores (as) da Conder!

CARLOS SILVA DE JESUS
Presidente do SINTRACOM-BA

JOSÉ AUGUSTO AZEVEDO
Presidente da ASCON/Conder


Avalie esta noticia:

4 votos, 4.75 avg. rating

Compartilhe:

Mery Bahia