Presidente do SINTRACOM-BA representou a bancada do Brasil no Seminário Internacional de Saúde e Segurança do Trabalho, no Perú

Carlos Silva apresentou painel sobre Saúde e Segurança no Trabalho
Lúcia Maia questionou a forma como o sistema capitalista propaga a saúde e segurança no trabalho

O Seminário Internacional sobre Segurança e Saúde no Trabalho, organizado pela Flemacon e pela UITBB – Sindicato Internacional da Construção, começou com sucesso em Lima, Peru.

Durante os dias 6 e 7 de novembro de 2024, dirigentes sindicais do Chile, Uruguai, Brasil, Colômbia e Peru compartilham experiências para fortalecer a saúde e a segurança no trabalho no setor da construção.

Este seminário promove a construção de estratégias regionais para a defesa dos direitos trabalhistas e a proteção da Saúde e Segurança do Trabalho nos canteiros de obras, ao mesmo tempo que promove a solidariedade com os processos de luta das organizações sindicais na América Latina e no Caribe.

A FLEMACON e a UITBB reafirmam assim o seu compromisso com a vida e o bem-estar dos trabalhadores da região.

Na abertura do Seminário, a presidenta da FLEMACON, Lúcia Maia, que também é diretora de Imprensa do SINTRACOM-BA, discursou e questionou: “Mesmo com o avanço de novas tecnologias, as mortes e os acidentes graves continuam acontecendo: “O sistema capitalista propaga que a saúde é uma questão assistencialista, que deve se voltar apenas ao indivíduo doente. Pensamos que, a questão da saúde do trabalho, merece políticas públicas, pois envolve interesses sociais e coletivos. Então a pergunta é: Com que medicina ficamos? Com a do trabalho ou com a do capital?” (Veja discurso completo no final do texto).

O presidente do SINTRACOM-BA e vice-presidente da FETRACOM-BASE, Carlos Silva, representando a bancada do Brasil, apresentou um painel e mostrou dados e estatísticas sobre a saúde e segurança no trabalho no Brasil e no mundo.

Enquanto a construção civil é um dos setores com maior participação na economia brasileira. É também um dos setores que mais ocorrem acidentes de trabalho no Brasil.

Enquanto a taxa de letalidade de todos os setores é de 3,52 mortes por cada 1 mil acidentes de trabalho, na construção civil a taxa de letalidade é de 8,8 mortes por cada 1 mil acidentes de trabalho.

Segundo a OIT a cada 15 segundos ocorrem 160 acidentes de trabalho no
planeta, com 1 morte.

DISCURSO DE LÚCIA MAIA

“Uma saudação calorosa da Federação Latino Americana e Caribenha dos Trabalhadores e trabalhadoras da Construção, Madeira e Materiais de Construção (FLEMACON) a todas e todos presentes ao Seminário Internacional de Seguridade e saúde do Trabalho.

Seminário oportuno. Tema de extrema relevância, nossa presença tem a expectativa de podermos juntos, definir uma atuação de prevenção sobre a questão de Saúde e Segurança no Trabalho no setor da construção.

Companheiros e companheiras, a verdade é que a relação do trabalho com a deterioração da saúde é conhecida há muitos séculos. Com a revolução industrial esta situação de trabalho e saúde assumiu feições de genocídios.

Nos países que primeiro se industrializaram, milhões de operários e operárias, incluindo crianças, morreram por acidentes e doenças associadas ao trabalho, antes que a primeira legislação de proteção à saúde fosse implantada.

Mesmo com o avanço de novas tecnologias, as mortes e os acidentes graves continuam acontecendo. O sistema capitalista propaga que a saúde é uma questão assistencialista, que deve se voltar apenas ao indivíduo doente. Pensamos que, a questão da saúde do trabalho, merece políticas públicas, pois envolve interesses sociais e coletivos.

Então a pergunta é: Com que medicina ficamos? Com a do trabalho ou com a do capital? Porque a força do trabalho assalariado continua análoga à escravidão, a ser um bem de uso. Evidente que lutaremos sem cansar para ver implantado e acessível a todos os povos, uma medicina que previne, que lida com o ser humano como um todo, que acolhe e que cura. No pensamento que a medicina é investimento e não gasto financeiro.

Outro tema a ser avaliado na área de saúde do trabalho é o Assédio Moral. Este expõe o trabalhador e a trabalhadora à situação de constrangimento, humilhação durante o exercício de sua função. É uma atitude desumana, violenta, que põe em risco e saúde e a própria vida da vítima.

Finalizando, acreditamos que este seminário deva marcar um ponto de reflexão sobre o que queremos. E podemos juntos definir uma pauta de ação que nos fortaleça no trabalho conjunto, nos quesitos que nos unem em benefício dos trabalhadores e trabalhadoras no ramo da construção e da classe trabalhadora em geral.

Vamos à luta!”

 

 

 

 

 

 

 


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Mery Bahia