No início de 1920 o Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes ocorre a primeira greve somente da categoria. Foi uma grande mobilização e radicalização dos trabalhadores da construção civil, com uma enorme capacidade de resistir por um longo período. O movimento durou quase dois meses e em 19 de março, após 58 dias de paralisação parcial do ramo, os operários voltaram ao trabalho, com a assinatura de um acordo que estabelecia: 1) imposto de 2% sobre os contratos dos empreiteiros, que a partir daquele momento seriam avaliados e registrados no sindicato; 2) salário (diário) mínimo para os oficiais pedreiros e carpinteiros, ou seja, o estabelecimento do piso salarial dos operários qualificados e também para os serventes e ajudantes.
O Sindicato destacou-se dentro da União Sindical como um dos mais combativos sindicatos na luta contra o fascismo e o integralismo, buscando sempre a unidade sindical, o que levou a ser respeitado com grande prestígio no meio operário da Bahia. Nesse período passa a denominar-se “Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Anexos” e sua diretoria também muda a composição acrescentando alguns cargos.
Assim, a década de 1920 marcou a ascensão do movimento operário, a partir das ideias do anarquismo, que trazia uma forte defesa sobre a liberdade individual e abolição de quaisquer formas de dominação política. O socialismo também avança dentro do movimento operário, levando o desencadeamento de greves e diversas revoltas dos trabalhadores. O presidente da República promulga a Lei de Repressão, visando eliminar a influência das ideias anarquistas ou socialistas dentro do movimento sindical, impedindo dessa forma a livre organização sindical.
Por: F.Barreto
Fontes:
BANDEIRA, Moniz; MELO, Clovis; ANDRADE, A.T. – O ano vermelho: A Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1980.
CASTELLUCCI, Aldrin, A.S. – Industriais e operários numa conjuntura de crise (1914-1921). Salvador, FIEB, 2004