O aumento do número de lançamentos de empreendimentos imobiliários, não reflete simultaneamente na geração de empregos no setor da construção civil.
As vendas de imóveis novos no país bateram recorde no segundo trimestre deste ano. De abril a junho, houve um aumento de 17,9%, em relação ao mesmo período de 2023. No programa Minha Casa, Minha Vida as vendas cresceram 46%.
Os dados são da pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º Trimestre de 2024, divulgados no dia 19 de agosto, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Carlos Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia – Sintracom-BA ressalta: “É claro que, se os lançamentos e as vendas aumentam, a tendência é que a geração de empregos também aumente. Mas, esse resultado não é imediato. A oferta de empregos só vai acontecer quando as obras começarem efetivamente”.
Ana Georgina Dias, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, explica como isso ocorre: “Primeiro as empresas fazem o lançamento do empreendimento, com um conjunto de estratégias e ações de publicidade e marketing, para atrair possíveis clientes interessados em comprar seus imóveis ou em investimento. Após as vendas, ainda tem um intervalo de tempo, que não podemos precisar quanto, e só então é que as obras de construção começam de fato e aumenta a oferta de empregos”.
Exatamente por isso, não é possível observar ainda o aumento grande de empregos, como está ocorrendo nos lançamentos de novos empreendimentos. Mas, há realmente um movimento para retomada dos empregos perdidos no recente período crítico que o setor enfrentou, diz Georgina Dias.
Carlos Silva considera que, a partir do início das obras, a cadeia produtiva do setor se movimenta para aumentar a oferta de empregos e a contratação da mão de obra dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo da construção civil. Para a reforma e construção de casas e edifícios residenciais, escolas, hospitais, prédios industriais e comerciais, serviços de energia elétrica, de água e saneamento básico, produção de cerâmicas para construção e manutenção industrial etc.
O Sintracom-BA está acompanhando esse fluxo e aguarda com expectativa a próxima divulgação do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, competência julho 2024, que está previsto para ser divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a partir de 29/08/2024.
O CAGED de junho 2024 foi divulgado em 1º de agosto. E o saldo de empregos formais na construção civil na Bahia foi positivo, com apenas dois postos de trabalho.
O saldo de empregos formais, no período de janeiro a junho de 2024, foi de 2.235 postos de trabalho. Foram admitidos 69.971 trabalhadores, enquanto foram desligados 58.746 trabalhadores. E, nesse período, formalmente empregados com carteira assinada, na Bahia, o estoque foi de 153.773 trabalhadores.
O CAGED é o registro de admissões, dispensas e transferências de trabalhadores com contrato regido pela CLT.
