A União Brasileira de Mulheres (UBM), entidade parceira do SINTRACOM-BA, participou do lançamento da campanha de mobilização pelo Feminicídio Zero, que reuniu, no dia 23/08, em Brasília, representantes do governo, de movimentos sociais e até de times de futebol. A solenidade foi híbrida (presencial e pela internet).
O SINTRACOM-BA, através da diretoria de Mulheres, apoia a Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero, que é uma das etapas da campanha “Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, lançada no dia 7 de agosto pelo Ministério das Mulheres. A data marcou o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha (nº 11.340), sancionada pelo presidente Lula, no dia 7 de agosto de 2006. O mês de agosto é todo dedicado à conscientização para o fim da violência contra a mulher, tornando-se conhecido como “#Agosto Lilás”.
Um dos principais objetivos da mobilização pelo Feminicídio Zero é fortalecer o Ligue 180, como um canal de apoio e denúncia para todas as mulheres.
Na cerimônia, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, apresentou os dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que apontam a situação alarmante da violência de gênero no Brasil. De acordo com a pesquisa, 1.467 mulheres morreram vítimas de feminicídio em 2023 – o maior registro desde a sanção da lei que tipifica o crime, em 2015. No país, a cada 6 horas, uma mulher é vítima de feminicídio. “A violência contra as mulheres hoje é uma pandemia nacional”, definiu Cida Gonçalves.
Os dados sobre o feminicídio apontam ainda que 63% das vítimas são mulheres negras, demostrando a necessidade de ações que integrem as questões de gênero e raça. “Porque para que nós mulheres, mulheres negras possamos acessar qualquer direito, precisamos, antes de tudo, estarmos vivas. O tema que parece espinhoso e desagradável para muitas e muitos, é um tema urgente a favor da vida. A luta das mulheres no Brasil é uma luta a favor da vida, é uma luta a favor das famílias, é uma luta pelo aprofundamento e desenvolvimento do nosso país”, afirmou a ministra substituta da Igualdade Racial, Roberta Eugênio.
A ministra das Mulheres Cida Gonçalves reforçou o chamado para que toda a sociedade se engaje nessa mobilização: “Se quisermos avançar para mudar a realidade precisamos da ajuda de cada indivíduo, da iniciativa e da reação de cada um e cada uma. Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada. Precisamos criar nesse país a cultura de que não basta simplesmente dizer que é contra a violência. É necessário que você se meta! A atitude de enfrentar o feminicídio não é apenas um desafio. Isso tem que ser um valor colado na nossa vida, no nosso dia a dia. Não podemos admitir nenhum tipo de violência”.
Disse ainda: “Se o vizinho chamar a polícia quando ouvir uma agressão, se o amigo não naturalizar comportamentos agressivos, se a mãe e as amigas buscarem ajuda e oferecerem apoio à mulher em situação de violência, o feminicídio, que é o mais intenso grau de violência contra a mulher, pode ser evitado”.
O evento contou com a presença das ministras Aparecida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão eInovação em Serviços Públicos), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Margareth Menezes (Cultura) e do presidente da Caixa, Carlos Vieira, além de representantes de movimentos sociais, rumo a um país com índice de Feminicidio Zero, que assinaram a carta-compromisso do movimento.