Setor imobiliário baiano vê bem medidas da Caixa

A demanda por novos empreendimentos já existe e foi detectada nos setores de classe média e média alta. Faltam apenas as linhas de financiamentos para que os negócios sejam iniciados e as vendas aconteçam. E é isso que estão esperando os empresários do mercado imobiliário na Bahia, com o anúncio, pelo Governo Federal, da reabertura das linhas de crédito para financiamento de imóveis e construção de novas unidades habitacionais.

A expectativa do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis na Bahia (Creci-BA) é que Salvador e Região Metropolitana sejam contempladas com linhas de financiamento de até R$ 500 milhões, o equivalente ao tamanho do mercado baiano no cenário nacional – em torno de 5%. “É uma medida que nos dá alento e projeta um reaquecimento nas vendas, porque a demanda já existe. Faltam apenas as linhas de crédito para os financiamentos”, opina o presidente do Creci, Samuel Prado.

Nesse início de semana, a Caixa Econômica Federal lançou um pacote de medidas para estimular as vendas no setor imobiliário e aquecer a economia. Dentre as medidas mais aguardadas  está o Plano Empresário da Construção Civil, que significa a reabertura da linha de crédito para construtoras, desativada desde maio de 2015. A diferença da linha atual é que a Caixa não mais fará a exigência de financiamento com a obra terminada, mas permitirá às construtoras o financiamento com 80% do empreendimento pronto.

Com mais de 9 mil corretores somente em Salvador, o Creci acredita que o setor imobiliário vai ser aquecido principalmente na faixa de imóveis entre R$ 500 a R$ 1 milhão, que é justamente o segmento da classe média e média alta. Há demanda já detectada nesse segmento, como explicou Samuel Prado, com imóveis de 90 metros quadrados de área e com o metro quadrado que  chega a R$ 10 mil.”Falta apenas o financiamento”, reitera.

Otimismo
Para o diretor de Marketing da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário na Bahia (Ademi-BA), José Azevedo Filho, já se detecta uma necessidade de demanda por novos imóveis em áreas de expansão imobiliária, como em Brotas, Horto Florestal, Barra e Graça, destinados a um mercado em torno de R$ 500 a R$ 1 milhão, mas também de segmentos mais altos do programa Minha Casa Minha Vida.

Segundo Azevedo, a execução das linhas de financiamento da Caixa Econômica Federal destinadas para o mercado imobiliário na Bahia vai depender do crescimento dessa demanda. “Elas (demandas) já existem de forma específicas, mas o investidor ainda mantém certa cautela ante uma definição do cenário político e econômico, que deverá ser definido a partir do final de agosto”, avalia.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Carlos Henrique Passos, também acredita numa reversão do atual quadro recessivo no setor. “A Bahia costuma deter aproximadamente cinco por cento do mercado nacional e tomando por base esse parâmetro, pode-se chegar à uma linha de financiamento da Caixa em torno de R$ 500 milhões para Salvador e Região Metropolitana. Mas vai depender do mercado”, diz.

No pacote para reaquecer o mercado imobiliário, anunciado pela Caixa Econômica Federal, vão ser destinados R$ 10 bilhões para financiamento de imóveis enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), de até R$ 750 mil. A fonte de recursos, segundo a Caixa, será formada pelo retorno dos financiamentos habitacionais, por captações da poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A Caixa também vai ampliar a linha de apoio à produção, no caso em que as construtoras não tenham recursos para executar a obra. Para ter acesso à modalidade, as construtoras precisam vender, no mínimo, 20% das unidades e comprovar que o somatório dos imóveis comercializados cobre, pelo menos, o custo das obras.

Fonte: Tribuna da Bahia


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Mery Bahia