Brasília: petroleiros são detidos em manifestação na Câmara

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deixou a presidência da Câmara, entrou Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas a relação com o povo continua a mesma: portas fechas em votações que atacam direitos trabalhistas e sociais e diálogo por meio da polícia.

Na manhã desta terça-feira (9), durante manifestação em frente ao Anexo III da Câmara contra o PLP 257 (projeto sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal), dois petroleiros foram presos.

A categoria engrossa a mobilização de servidores porque também nesta semana deve ocorrer a votação na Casa do PL 4.567, com a proposta de retirar da Petrobras a exclusividade das atividades no pré-sal e acabar com a obrigação de a empresa entrar com ao menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada.

Segundo o dirigente do Sindipetro-SP (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo), Arthur Bob Ragusa, os petroleiros Cláudio Nunes, do Sindipetro-NF (Norte Fluminense) e Gustavo Marsaioli, também do Sindipetro-SP, foram detidos sob alegação de desacato por exercerem o direito à livre mobilização. Neste momento, permanecem detidos e irão fazer o exame de corpo de delito antes de serem liberados.

“Aguardávamos na fila de acesso ao Anexo III, quando começaram a nos empurrar para ficarmos fora de um perímetro que determinaram. E, no meio da confusão, dois companheiros foram algemados. Quase levaram spray de pimenta na casa, mesmo depois de imobilizados”,denunciou.

Um dos policiais militares identificados por Ragusa não trazia identificação no uniforme, método muitas vezes utilizado em manifestações para impedir a identificação do agressor.

Para a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, a restrição ao acesso tem o objetivo de sufocar qualquer sinal de resistência ao golpista Temer.

“Este é um momento de retrocesso, não só porque está em pauta a retirada de nossos direitos, mas porque cada dia fica pior entrar nesse espaço para manifestar nossa opinião. Como se quisessem passar ideia para o Brasil de que não há contestação ao que ocorre nesta Casa”, pontuou.

Fonte: CUT


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Mery Bahia