Sintracom-BA reúne cerca de mil trabalhadores (as) em ato no Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho

Nesta quarta-feira, 09 de agosto, Dia Municipal em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho, o Sintracom-BA, a FETRACOM-BASE e a CTB, políticos e representantes de órgãos públicos e do judiciário participaram do ato “Em Defesa da Vida – Ações Coletivas Já!”, com cerca de mil trabalhadores de canteiros de obras, no Horto Florestal.

A atividade foi promovida pelo Sintracom-BA, Fetracom-BASE e CTB. E faz parte da campanha de prevenção e combate aos acidentes de trabalho, por ações coletivas de saúde e segurança nas empresas, desenvolvida pelo Sintracom-BA há quase duas décadas.

A Lei nº 9.064/2016, de Salvador, que instituiu o 9 de agosto como o Dia Municipal em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Ocupacionais é uma conquista da luta dos trabalhadores do ramo da construção civil junto com o Sintracom-BA.

A data lembra o trágico acidente de trabalho, que provocou a morte de nove operários da construção, ocorrido no dia 9 de agosto de 2011, quando um elevador a cabo despencou do 25º andar de um prédio, na região do Iguatemi, em Salvador, na Bahia.

O ato teve a participação das Fiscais do Trabalho da SRT-BA Flávia Maia e Lidiane Barros, das Juízas do TRT5 Adriana Manta e Rosimeire Lopes Fernandes (aposentada), CEZAT DVAST Gildete Britto e Letícia Nobre, Agenda Trabalho Decente Álvaro Gomes, deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), CTB BA Jerônimo Silva, PCdoB Aurino Pedreira, Flemacon Lúcia Maia, Fetracom-BASE Florisvaldo Bispo, Sintracom-BA Amando de Jesus, FORUMAT e demais diretores e diretoras do Sintracom-BA.

Após a abertura, feita por Amando de Jesus e Arilson Ferreira, vice-presidente e diretor de Saúde e Segurança do Sintracom-BA, respectivamente, a presidenta da Flemacon, Lúcia Maia, lembrou do fatídico acidente de trabalho, de 2011, e disse: “O trabalho decente precisa assegurar que a saúde e segurança no trabalho seja um direito fundamental. O ambiente de trabalho deve ser de realizações e conquistas, não deve ser um ambiente inseguro, que coloque nossas vidas em risco. Os trabalhadores precisam abraçar essa luta e pressionar o governo Lula para ratificar a Convenção 187 da Organização Mundial do Trabalho (OIT), que trata da promoção da saúde e segurança do trabalho no Brasil”.

A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) declarou que “este é um dia de luta pela garantia do cumprimento das medidas de prevenção nos ambientes de trabalho e proteção à saúde dos trabalhadores, zelando para que não haja precarização nas condições de trabalho”.

O diretor de Combate ao Racismo da CTB, Jerônimo Silva, afirmou que “o novo Brasil que se inicia com Lula não pode aceitar trabalho precarizado, escravo ou sem segurança”. E disse que estará sempre ao lado do Sintracom-BA, na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

O coordenador da Agenda Bahia do Trabalho Decente, da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes, Álvaro Gomes, disse que o “trabalho produtivo e de qualidade deve ser feito em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas”.

O representante do PCdoB, Aurino Pedreira, saudou os trabalhadores e trabalhadoras presentes, homenageou os companheiros que perderam a vida no trágico acidente de trabalho no elevador e defendeu que “o trabalho seguro é uma luta nossa de todos os dias”.

O vice-presidente, Amando de Jesus, reafirmou a importância do sindicato para lutar e garantir os direitos da categoria: “O Sintracom-BA está sempre ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras, na luta por melhores salários, saúde e segurança, e condições de trabalho”.

O diretor de Saúde e Segurança do Sintracom-BA, Arilson Ferreira, que coordenou a organização do evento, informou os números dos acidentes de trabalho na construção na Bahia, em 2023, contabilizados pelo sindicato, num total de 28 acidentes com seis óbitos: trabalho em altura 8; choque elétrico 7; outros 13. E convocou os trabalhadores e trabalhadoras presentes a denunciarem ao Sintracom-BA, quando observarem irregularidades nas obras.

Representando a Fetracom-BASE, o diretor Florisvaldo Bispo falou da dificuldade que tínhamos antes, que não tinha um sindicato atuante, até que com a tomada do Sindicato pela direção classista, passamos a lutar e garantimos os direitos que agora temos na Convenção Coletiva de Trabalho.

O diretor de Patrimônio do Sintracom-BA, Edson Ataíde, falou sobre a reforma trabalhista, feita pelos governos de Temer e depois Bolsonaro, que “foi um retrocesso, com prejuízos e praticamente acabando com o direito de uma aposentadoria digna para quem trabalhou a vida inteira. Que agora, no governo Lula, temos que nos unir e buscar recuperar os nossos direitos que foram retirados”.

O presidente do Sintracom-BA, Carlos Silva, declarou: “Essa data é para exigirmos melhores condições de trabalho, principalmente na área da construção civil, pois é na categoria que se vê o maior número de acidentes nos locais de trabalho, na Bahia. Todos os anos, realizamos atividades para chamar atenção das empresas, da sociedade e dos órgãos fiscalizadores. Queremos trabalho digno e seguro”.

O vereador e presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcelos, destacou: “Essa manifestação tem sido muito importante a cada ano para enfrentarmos o alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais que ocorrem no país. Estou ao lado do Sintracom-BA, em cada canteiro de obra, para reivindicarmos melhores condições de trabalho. Nenhum lucro pode estar acima da vida dos trabalhadores e trabalhadoras”.


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Mery Bahia